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novembro 26, 2010

Vocação para astrologia - 1ª parte


Você tem vocação para ser um astrólogo? Vocação vem do verbo latino "vocare" que significa chamar; portanto, vocação é um chamado. É sentir-se impelido e atraído por algo que o chama. É comum dizer que a pessoa ouve uma voz que a chama insistentemente para realizar alguma coisa, mesmo quando quer descartá-la. A pessoa vocacionada se atrai pelo que considera belo, grandioso, importante e necessário que se faça.

A vocação é vista como algo que se pode fazer de útil para os outros, um serviço que se pode realizar para prestar ajuda aos outros, de doação.
O filósofo grego Aristóteles já dizia que o homem é, por natureza, um animal político. Por natureza vive em “koinonìa”, isto é, em comunidade. Vivendo em comunidade, nossas ações nunca são ações isoladas, elas repercutem em toda a comunidade global. Assim é também em relação à nossa atividade profissional.

A vocação tem sido relacionada à religião, quando as pessoas sentem um chamado para a vida religiosa. No entanto, a vocação é muito mais extensa. Existe a vocação familiar, quando as pessoas sentem a necessidade de constituir uma família, criar e educar os filhos. Há a vocação para uma determinada área, mas é muito diferente de profissão.
Profissão vem do latino profissione-professu=perito, ofício, declaração pública etc.

Na atualidade, ampliam-se as perspectivas de escolhas profissionais, o que sugere maiores possibilidades das pessoas encontrarem a sua vocação, ou seja, encontrar a mensagem de seu "chamado", porque a primeira mensagem que o homem recebe é que ele deve ser feliz, expressando sua felicidade através do que realiza com satisfação.
Na satisfação entra a dimensão do sentido da vida; para alguns, este sentido expressa como sendo a felicidade do momento: o dinheiro, o prazer, o time para o qual ele torce, namorar, transar, trabalhar, ser solidário, amar e etc.

Outros dizem que o sentido último, profundo da vida, é Deus; que a vida não termina com a morte e por isto construir um mundo transformado, justo e fraterno é antecipar a transcendência da vida. Esta primeira dimensão da vocação poderia ser chamada de abertura ao sentido da vida, a dimensão mais fundamental.

A segunda dimensão é abertura ao outro, a dimensão solidária. Não vivemos sozinhos. Somos fruto da dedicação de muitas pessoas. É na relação com o outro que construímos a sociedade, o cuidado com a coisa pública, a política, a amizade, o amor, a família. Esquecer esta dimensão é contribuir para a desumanização de nossas relações, realidade que preocupa a todos que sonham e lutam por uma sociedade fraterna. Somos todos irmãos.

A terceira dimensão é o homem em relação ao mundo, onde o homem se faz e se transforma, ao mesmo tempo em que transforma pelo trabalho, o mundo humano pela cultura. Somos convocados, então, a ser gerenciadores do mundo. Assim, a profissão é a maneira pela qual o homem exerce seu papel de transformador do mundo.

Nem todas as pessoas conseguem encontrar total integração entre sua profissão e sua aptidão. Seria ideal que todos pudessem realizar aquilo que gostam e que sonham, com prazer e, ao mesmo tempo, alcançassem condições as econômicas para uma vida de boa qualidade. Mas a realidade nem sempre possibilita a realização de tudo ao mesmo tempo.

A vocação e a escolha profissional têm uma dimensão cultural e histórica, fruto de grande contexto familiar, social, educacional, político, religioso, econômico, dentre outros. É neste contexto que nos realizamos. A história de vida de cada um encontra desafios e situações em que são provocados a responder. A ação da liberdade e os condicionamentos das situações impõem a dura tarefa de escolher e optar.

Se o critério for apenas a satisfação garantida de ganhar dinheiro ou satisfazer as expectativas de outros, muitas frustrações aguardam.
Grandes nomes da história sentiram o "chamado" e seguiram a sua voz. Eles podem inspirar-nos pelo seu testemunho, e que Frost ensina no seu pensamento:

“Duas estradas seguiam diferentes caminhos num bosque.
Peguei a menos movimentada. Isso fez toda a diferença.”

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